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Sistema Endocanabinoide: importancia para nossa saúde.

O sistema endocanabinoide é um dos sistemas mais importantes para a manutenção do equilíbrio e do bem-estar do nosso corpo. Descoberto nos anos 1990, ele está presente em praticamente todos os mamíferos e atua em várias funções fisiológicas essenciais, como sono, humor, apetite, memória e resposta imunológica (Di Marzo & Piscitelli, 2015). Vamos entender um pouco mais sobre como esse sistema funciona e como ele pode ser estimulado por meio de terapias naturais, como o uso de derivados da cannabis.

O que é o Sistema Endocanabinoide?

O SEC é composto por receptores espalhados por todo o corpo, em especial no cérebro e no sistema nervoso, que interagem com substâncias chamadas canabinoides. Esses canabinoides podem ser endógenos (produzidos pelo próprio corpo), como a anandamida, ou exógenos (vindos de fora), como o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol) presentes na cannabis (Mechoulam & Parker, 2013). Dois tipos principais de receptores compõem o SEC: o CB1, presente sobretudo no sistema nervoso central, e o CB2, mais comum em células imunológicas e órgãos periféricos (Pertwee, 2008).

 

Fonte: adaptado de Boggs et al. (2017) e Carlini et al. (2015).

Como o Sistema Endocanabinoide Funciona?

O SEC atua como um “regulador” do corpo, enviando sinais para diversas funções e auxiliando o organismo a manter a homeostase, ou seja, o equilíbrio ideal de seu funcionamento. Quando algo no corpo está em desequilíbrio (como dor, inflamação ou estresse), os endocanabinoides agem nos receptores CB1 e CB2 para reduzir esses sintomas e restabelecer a estabilidade (Pacher, Bátkai & Kunos, 2006).

 

Os endocanabinoides podem ser considerados mensageiros que ajudam o corpo a se autorregular, e suas ações vão desde a modulação da percepção da dor até o controle da ansiedade (Hillard, 2015). Quando há um desequilíbrio nesse sistema, é possível que surjam doenças, como depressão, doenças autoimunes, epilepsia, entre outras.

 

Como a Cannabis Interage com o Sistema Endocanabinoide?
O uso de derivados da cannabis, como o CBD e o THC, vem sendo estudado como alternativa terapêutica em diversas condições médicas. Isso ocorre porque essas substâncias são capazes de ativar os mesmos receptores do sistema endocanabinoide, especialmente o CB1 e o CB2, proporcionando efeitos benéficos em diversos sintomas e condições (Russo, 2011).

 

CBD (Canabidiol): É um canabinoide não psicoativo, que não causa os efeitos alteradores de consciência típicos do THC. O CBD tem mostrado potencial terapêutico em condições como ansiedade, epilepsia, inflamações e dores crônicas, pois atua nos receptores do SEC de forma a promover relaxamento e bem-estar (Iffland & Grotenhermen, 2017).

 

THC (Tetra-hidrocanabinol): É o principal composto psicoativo da cannabis, conhecido por seu efeito “entorpecente”. No entanto, ele também possui propriedades medicinais, especialmente no alívio de dor, náuseas e espasmos musculares (Pertwee, 2008).

 

A Importância de uma Abordagem Personalizada
Embora o sistema endocanabinoide seja comum a todos, sua atuação pode variar de pessoa para pessoa. Estudos indicam que alguns indivíduos podem ter uma “deficiência” endocanabinoide, o que poderia explicar por que algumas condições crônicas e difíceis de tratar, como fibromialgia, enxaqueca e síndrome do intestino irritável, respondem positivamente ao tratamento com canabinoides (Russo, 2016).

 

Por isso, uma abordagem personalizada é essencial. Profissionais de saúde que utilizam terapias à base de cannabis trabalham na definição de doses e tipos de canabinoides para atender às necessidades específicas de cada paciente, buscando o equilíbrio do SEC.

 

Conclusão
Compreender o sistema endocanabinoide é essencial para desvendar o potencial terapêutico da cannabis e como ele pode ser aplicado para melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. No entanto, ainda há muito a ser estudado, e o trabalho da Associação de Pesquisa e Terapia AnandaVida é fundamental para contribuir com conhecimento científico e apoiar os avanços nessa área.

 

Se você tiver dúvidas ou deseja saber mais sobre como as terapias com cannabis podem auxiliar na sua condição de saúde, entre em contato com nossa equipe.

 

Referências
Di Marzo, V., & Piscitelli, F. (2015). The endocannabinoid system and its modulation by phytocannabinoids. Neurotherapeutics, 12(4), 692-698.
Hillard, C. J. (2015). The endocannabinoid signaling system in the CNS: A primer. International Review of Neurobiology, 125, 1-47.
Iffland, K., & Grotenhermen, F. (2017). An update on safety and side effects of cannabidiol: A review of clinical data and relevant animal studies. Cannabis and Cannabinoid Research, 2(1), 139-154.
Mechoulam, R., & Parker, L. A. (2013). The endocannabinoid system and the brain. Annual Review of Psychology, 64, 21-47.
Pacher, P., Bátkai, S., & Kunos, G. (2006). The endocannabinoid system as an emerging target of pharmacotherapy. Pharmacological Reviews, 58(3), 389-462.
Pertwee, R. G. (2008). The diverse CB1 and CB2 receptor pharmacology of three plant cannabinoids: Δ9-tetrahydrocannabinol, cannabidiol and Δ9-tetrahydrocannabivarin. British Journal of Pharmacology, 153(2), 199-215.
Russo, E. B. (2011). Taming THC: Potential cannabis synergy and phytocannabinoid-terpenoid entourage effects. British Journal of Pharmacology, 163(7), 1344-1364.
Russo, E. B. (2016). Clinical endocannabinoid deficiency reconsidered: Current research supports the concept. Cannabis and Cannabinoid Research, 1(1), 154-165.

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